quarta-feira, 24 de julho de 2013

Mais mudanças sobre Banshee: O Conselho Real



Olá, leitores, 

Como vocês sabem Banshee - Os Guardiões está passando por melhorias que eu decidi fazer depois de ler a super resenha da Liége no blog Livros de Fantasia (Clique aqui para ler a resenha). Uma dessas mudanças foi aprofundar o sistema político em Anurá - o continente ganhou um nome! - Mas não se preocupem o livro não virou uma campanha política, mas como Brianna é chefe de Estado, eu achei importante destacar o Conselho Real de Cillighan. O sistema governamental em Cillighan foi baseado no Senado da Roma Antiga - claro que não sendo uma democracia e sim uma monarquia! Mas vamos ao que interessa. Aqui está o capítulo sobre o Conselho Real! Divirtam-se!

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Capítulo 6 
O Conselho Real 



Lugh era um dos menores problemas que Brianna precisaria enfrentar em seu país. O Conselho Real não estava nada satisfeito com a chegada da futura rainha e nem com as mudanças que sua presença traria ao sistema do governo de Cillighan. 
Enda sentou-se pesadamente em sua cadeira revestida em couro, em seu escritório ricamente mobiliado. Ele pensava no que fazer. 
Enda filho de Matiná de Artchimê, pequena cidade aos arredores de Moravan, fôra um menino inteligente e ambicioso. Filho de um dos conselheiros da Grande Rainha, ele soube aproveitar suas influências e estudou desde muito cedo as artes da Alquimia; e também entendia-se bem de números. Ao ser aceito na famosa Academia Nitzariana de Magia Branca, ele sabia que sua vida só poderia melhorar dali para a frente. Enda pensava de maneira lógica e metódica, era inteligente e frio, porém justo. Logo seu pai pode garantir um lugar para ele como seu secretário particular no Conselho. Com sua morte, Enda assumiu o posto. Desde então, ele fazia parte do governo de Cillighan. 
O Conselho Real contava com quinze conselheiros principais – que eram representantes dos diversos povos de Banshee – dos quais Enda e Éamonn eram os mais importantes e influentes. O Conselho governava junto com a Grande Rainha. Ele criava leis, recolhia impostos, fazia pagamentos; cuidava das finanças de modo geral. Controlava o militarismo – que já tornara-se quase que completa responsabilidade do capitão Lugh –, a comercialização de mercadoria, política e ordem em geral. Basicamente todo o continente de Anurá vivia conforme às leis e o sistema impostos pelo governo da capital Cillighan. 
Os grandes Conselheiros Reais viviam cheios de regalias e privilégios. Eles eram o coração do governo, principalmente depois do desaparecimento da Grande Rainha Eleanor. O Conselho Real tinha pelo menos três representantes em cada cidade do continente – tirando, entre outros, os Estados com suas próprias leis como Ennisfee, Moravan e Suntraí. O povo respeitava o Conselho, pois não respeitar o Conselho significava não respeitar o Estado e a disciplina e o amor à ordem era uma característica do bansheeano em si. 
Por mais de vinte anos, Enda preocupou-se somente em governar o continente. Ele tentou acalmar os ânimos de vilãos aterrorizados pela falta de sua rainha, ele garantiu que o país continuasse rico e os camponeses e fornecedores recebessem seu pagamento em dia, mesmo com todos os altos e baixos da guerra. Ele abticou do seu direito à uma família; e preferia fazer suas “noitadas” em outras cidades, para não manchar sua reputação em Cillighan. Toda a sua vida ele dedicou à política, e fez o continente dar bons frutos, sem saber se a filha de Eleanor estava viva ou não. Sem saber se ela estava sendo preparada para ser uma chefe de Estado quando retornasse à Banshee. E agora, do dia para a noite, Éamonn anunciara o retorno de Brianna à Cillighan. Anunciara que ela tomaria o poder e que ele estava encarregado de ensiná-la tudo o que ela tinha que saber para governar. Enda sentiu vontade de arremessar sua escrivaninha pelo cômodo. Ele não gostava do jeito de Brianna, mas não sabia ao certo, se ele, realmente, tinha algo contra a moça, ou se ele tinha algo contra perder seu posto e poder. Agora as coisas seriam como nos tempos da boa e velha monarquia: o Conselho trabalharia e a Grande Rainha decidiria. Assim como Lugh, Enda também achava um absurdo colocar a menina à frente de um exército, mas nenhum de seus argumentos tinha força contra Éamonn. Por decreto, a Grande Rainha Eleanor tinha nomeado o merlim – e reitor da Academia Nitzariana de Magia Branca – como primeiro Conselheiro Real, ou seja, deu-lhe o poder absoluto de decisão. Nessas décadas da ausência da monarquia, Éamonn mostrou-se sempre cooperativo e correto. Ele abrira espaço para o Conselho e respeitava sua voz, principalmente a de Enda; e o Conselho ganhou força. Mas quando o assunto era a princesa Brianna, não havia qualquer possibilidade de conversação. A obsessão do merlim pela moça era tamanha, que Enda começava a desconfiar que havia um motivo muito maior por detrás daquela devoção, algo que ultrapassava o governo de um continente, um segredo que Éamonn não compartilhava com ninguém. Ele acreditava cegamente em suas qualidades como guerreira e rainha, sem nem sequer ter tido muito contato com ela. 
Enda era uma das pessoas que não acreditavam em lendas, como a Chave, por exemplo. Ele acreditava no aqui e agora, no como proteger a Economia do continente e a vida das pessoas, quando mais uma cidade ou vilarejo fossem atacados pela irmandade. Ele procurava não pensar nos motivos daquela guerra semi-divina que já durava milênios e, embora fosse devoto dos Deuses da Criação, ele já havia perdido as esperanças de vencer há muitos anos. Mas Enda não era muito interessado na guerra, isso era tarefa de Lugh e seus homens e, agora, de sua jovem e inexperiente futura rainha.

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