Como eu já disse no outro post, eu estou relendo "Banshee - Os Guardiões" para terminar de escrever a continuação que é "Banshee - O Diário de Eleanor". Para me ajudar com o desenrolar dos outros livros, eu estou aumentando a complexidade de algumas partes no primeiro livro.
Para não deixar o pessoal que já baixou na mão, eu estou postando a parte em questão aqui, porque não tem mais como eu fazer promoção gratuita lá na Amazon. Divirtam-se!
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Para quem já leu: Esta parte entra no Capítulo 13 - Ennisfee, depois da frase: "Os guerreiros de Ennisfee estavam irritados, mas ninguém tinha poder contra a rainha, e nem mesmo a rainha tinha jamais demonstrado poder contra Anna."
Aine retirou-se para seus aposentos, após a partida da princesa Brianna com seus homens. Mais uma vez ela permitira que Anna tomasse uma decisão sozinha, pior que isso, mais uma vez ela permitiu que Anna tomasse uma decisão por ela.
A rainha das fadas era frágil, sempre o fora. Era frágil e fraca. Aine fora coroada, mas jamais sentiu-se preparada para assumir o cargo de uma governante. Ela jamais interessara-se por política. Aine era artista, uma artista plástica talentosa e dedicada. Tudo que queria era poder pintar seus quadros, em paz, mas ela tinha um destino a cumprir, um presente dos Deuses. “Belo presente”, pensava ela. A fada sentia medo de seu posto, sentia medo de fazer algo errado, sentia medo de seu povo e de todos os outros povos. Ela sentia medo de tudo. Ela era paranoica e sabia disso. E então, chegou Anna, uma fada diferente dela, uma guerreira. Uma mulher inteligente e racional que, além de tudo, era respeitada pelos súditos e soldados de Ennisfee. Ela era a pessoa perfeita para o serviço de rainha. Ela entendia-se de economia, política, sobre como dar ordens e sobre a guerra. Ah, aquela maldita daquela guerra que não acabava nunca.
Anna salvara seu povo. Ela havia reconhecido o perigo e retirado Ennisfee das tropas de Banshee, logo após o sumiço de Eleanor e Riley. O País das Fadas era rico e vivia bem. Aine sabia que o resto de Banshee estava mergulhado no caos, ela sabia que pessoas morriam, ela sabia que ela tinha reponsabilidade nisso. Mas preferiu esconder-se, ela agarrava-se às saias de Anna e implorava que o mundo não a espancasse. A rainha dourada havia aceitado sua covardia e vivia bem, exalando sua beleza para seus súditos e sendo uma boneca de pocelana, linda e inútil. Então chega a mensagem de Éamonn por Aednat, a princesa Brianna estava viva, em Banshee e queria reunificar seu reino. A futura Grande Rainha queria conversar com ela, queria pedir auxilio, mas ela correu, mais uma vez para Anna e fez-se de cega. Anna havia decidido, as tropas não voltariam a lutar por todo o reino em hipótese alguma. Era perigoso, era desnecessário. Aine arrumou-se para esperar a moça já sabendo a resposta que ela levaria de volta a Cillighan.
Ao ver Brianna pela primeira vez, Aine sentiu uma onda de inveja apoderar-se de si. A filha de Eleanor tinha algo nos olhos, algo que queimava, uma paixão, uma inconstância, uma chama intensa. Briana irradiava algo que Aine não conseguiu identificar, algo poderoso. Era escura como as feiticeiras, forte como as amazonas, delicada como as fadas e leal como os eqüinos. Brianna era a Grande Rainha de Banshee, Brianna era Banshee. Aine viu nos olhos dos homens de seu exército que eles morreriam por ela. Ela sentiu o desejo, o desejo quase gritante de dois homens pelo amor e pelo corpo de sua princesa. Será que algum de seus soldados arriscaria a vida deles por ela, se ela não fosse sua rainha? Será que ela era desejada daquela maneira quase animalesca por alguém? A reposta era não. Aine tinha noção de sua beleza, mas aquilo que Brianna exalava ela não tinha. Nem aquele poder de sedução nem aquela coragem. Brianna era impulsiva, mas sincera. Há tão pouco tempo de volta a esse mundo e ela já conseguia lutar por eles com a devoção que Aine não tivera, por medo e por preguiça. O ódio de si mesma corroia-a por dentro. Ela tinha que conversar com Brianna. Ela tinha que mudar alguma coisa para conseguir perdoar-se um dia.
Angus bateu a sua porta, Anna queria tomar chá e conversar sobre o ocorrido e sobre o futuro. Aine enxugou suas lágrimas discretamente, respirou fundo e seguiu o guarda.
É só isso de mudança, por enquanto.
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Bom fim de domingo.
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