quinta-feira, 18 de julho de 2013

Banshee - Os Guardiões - Apresentando Sarina

Olá leitores, 

Bem, nessa de criar mais dificuldades para a princesa Brianna - decisão que eu tomei baseada na linda resenha da Liége no blog Livros de Fantasia (Clique aqui para ler a resenha) - acabou que apareceram mais personagens na história. 

Hoje, eu estou apresentando a vocês, uma que me, realmente, é muito simpática, apesar dos pesares: ;) A prostituta Sarina.

Eu espero que vocês divirtam-se tanto com ela quanto eu!

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Em breve, mais novidades! :) 





Após a partida da princesa, Sarina entrou no escritório de Enda, como sempre, sem bater. Com a cabeça baixa, ainda na direção dos documentos em cima de sua mesa, ele fitou a moça apenas com os olhos. Lá estava ela, sacudindo os ombros, impaciente como sempre. Ele gostava de Sarina e de seu quase um metro e oitenta de altura. Ela usava soltos seus longos, alvoroçados e ondulados cabelos cor de fogo, na cabeça um lenço fino e verde, que lhe caía pelos ombros rosados, a blusa já acizentada de algodão cru ela colocara dentro das longas saias verde escuro e prendera com um cinto marrom. A veste lhe realçava os grandes seios e ela sabia disso. Sarina tinha olhos de cor verde mesclado com amarelo, um sorriso cínico de belos dentes, grandes cílios escuros, pele branca e lisa, quadris largos. Ele gostava da beleza de Sarina e comparara-a, instintiva e automaticamente, à sua futura rainha. Sarina e Brianna deveriam ter quase a mesma idade, eram as duas muito atraentes, e embora ele gostasse mais de mulheres grandes e fartas como Sarina, ele não negava os atributos de sua princesa como mulher. Mas uma diferença era gritante: nas poucas vezes que estivera com Brianna, ele percebeu que a moça sabia usar seu cérebro, ao contrário de Sarina, que quando abria a boca só soltava baboseiras; e se ele não gostasse tanto dos serviços prestados pela moça, ele, provavelmente, não a quereria por perto, bem, talvez de boca fechada. Sarina era útil, prestativa, e, possivelmente, a melhor prostituta da região, mas era mercenária como quê. 
Enda colocou sua pena de lado. 
– Quais informações você tem para mim? – perguntou o Conselheiro.
– Bem, eu não pude entrar na Academia de Guerra, porque desde aquela história com o soldado exilado, eles proibiram minha entrada lá. Ficou difícil saber como anda o treinamento dela... 
Enda revirou os olhos. Sarina conhecia aquele olhar: ele não estava satisfeito. Ela não tinha nada contra a princesa, mas também não tinha nada a seu favor, ela recebia pagamento extra para espionar a moça e assim o fazia. Na sua opinião pessoal, ela era muito mais uma amazona que Brianna, que era pequena e bem mais magrinha que ela; que a moça aguentava segurar uma espada nas mãos era uma surpresa para ela. Mas Sarina não queria ir para um campo de batalha e se cobrir de sangue, ela preferia a boa vida segura em Cillighan. 
A jovem nem sempre fora prostituta, nem filha de uma prostituta, como era comum dentre suas colegas de trabalho, ela era camponesa com seus pais e criava ovelhas, mas a vida nos campos lhe era muito sem graça. Ela partia muitas vezes para Shanrúa e acordava quase sempre na cama de algum soldado. Até que um dia, a velha Saga, dona da pensão mais disputada de Shanrúa, disse a ela que ela poderia ser paga por aquilo que ela já fazia de graça de qualquer maneira. Sarina gostou da idéia, mas tinha seus próprios critérios, ela só cobrava de homens que não lhe eram atraentes. Rapazes que ela achava bonitos, ela levava para sua cama para seu próprio divertimento, do capitão, por exemplo, ela não cobraria uma moeda de cobre sequer. De tudo, de tudo, Sarina gostava de sua profissão e ganhava bem com ela, principalmente depois de ter recebido o Conselheiro Real Enda pela primeira vez. Ela nem o achava assim tão feio, mas ele lhe era velho demais e rico demais para não pagar. Então, ele pagava e bem. Há anos ele era seu cliente e a trouxera para viver em Cillighan – e permitia que ela tivesse outros fregueses – mas sempre que ele a queria, ela tinha que viajar para Shanrúa e alugar um quarto na pensão da velha Saga, que, em sua opinião, deveria ser um bordel, de tantas meninas que levavam seus fregueses para lá. O grande sonho de Sarina era abrir sua própria casa de meninas, onde ela seria a chefe, é claro. Ela sabia que essas casas existiam em Warleigh, mas não gostava de saber que homens as dirigiam e ainda tomavam a maior parte do dinheiro das moças, que eram praticamente escravizadas. No bordel de Madame Sarina (sim, já tinha nome), só trabalhariam belas moças que gostavam do que faziam, sem escravidão, sem chicote. 
Sarina percebeu que Enda esperava mais informações. 
– Em troca de um favor, – ela riu – um sentinela seguiu a princesa Brianna e conseguiu a informação de que ela até que é boa aluna, mas anda meio desconcentrada. Bem, eu acho que as pessoas gostam dela. Tenho que admitir que ela é bem simpática com aquelas covinhas no rosto e tudo mais... 
– Isso é pouco, Sarina. – disse Enda, que preferia que ela mantesse suas informações sem fazer tanto uso de sua opinião pessoal. 
– É, mas eu não acabei! Se o senhor não me deixa terminar de falar, como é que me escuta? 
Mais uma vez ele revirou os olhos e fez sinal para que a moça continuasse.
– A princesa e o capitão... Ali tem.
Enda pareceu interessado e soltou um sorriso malicioso. 
– Como assim? 
– Ah, esse tipo de coisa uma mulher sente, Conselheiro. Eu vi os dois juntos, tinha cheiro de desejo no ar e dos bons! 
E toda vez ela tinha que reduzir o nível da conversa, mas pelo menos era uma informação útil. 
– Mas já aconteceu alguma coisa? 
– Não, eu acho que não. Mas tem aquele tenente bonitinho também... Aquele loirinho dos olhos azuis que foi com ela pra Ennisfee... Como ele chama? 
– Tenente Cahan? 
– Isso, Cahan! – ela bateu na testa – Como eu fui esquecer o nome dele? Ele está na minha lista também. – ela riu de novo. – Bem, ontem, eu tive a sensação de que o tenente e o capitão não se dão. E eu acho que tem alguma coisa a ver com a princesa. Pois veja só, eu estava na taverna da Ilsa, tentando a minha sorte com o capitão, sabe como é, né? Eu sismei com ele e enquanto ele não acordar debaixo dos meus lençóis, eu não sossego... 
– Sarina! 
Ela falava demais. Pela Deusa, ela falava demais. Sempre Lugh! O que ele tinha que deixava as mulheres assim tão loucas por ele?
– Certo, certo. Eu segui o capitão até a taverna, depois de ver que ele estava observando, muito discretamente, com aquele jeitão maravilhoso dele, a princesa passar com o tenente em direção ao castelo, ele ficou tão vermelho de raiva que foi beber, aí eu fui atrás, fiquei lá tentando dar o bote, e ele nem me dando idéia. Daí chegou o tenente e sentou numa mesa com aquele outro bonitinho dos olhos puxados... Quando o capitão viu o tenente, ele pagou, saiu e me deixou falando sozinha!
“Não imagino o porquê.”, pensou o Conselheiro, que já estava com dor de cabeça. A voz de Sarina soava, definitivamente, melhor gemendo que falando. Ele pagou Sarina e dispensou-a.
Ela tinha sido útil. Ele descobrira um ponto fraco de sua princesa.

2 comentários:

  1. Espero que você termine logo as atualizações do e-book para que eu possa ler, tá cada vez melhor.

    Beijos
    www.leitoraincomum.com

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  2. Ahhhhhhhh Brigada, Fê!

    Ta saindo! Ta ficando bonito! ^^

    Beijos

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